A bancada do PCP vai avançar com um projeto de resolução, assim que o calendário parlamentar o permita, para "travar a venda de ativos do Grupo Espírito Santo", nomeadamente na Espírito Santo Saúde (ESS), a empresa que gere os hospitais Beatriz Ângelo, de Loures, e da Luz, em Lisboa..Falando aos jornalistas, à margem das Jornadas Parlamentares do PCP, que decorrem em Loures até esta terça-feira, depois de na segunda-feira uma delegação comunista ter visitado o hospital de Loures, o líder da bancada do PCP sublinhou que a intenção do partido é "reverter a parceria público-privada que existe no Hospital Beatriz Ângelo (HBA)". ."O PCP irá apresentar uma iniciativa propondo que o Governo tome as medidas necessárias para transferir para a esfera pública todos os ativos do grupo Espírito Santo Saúde, nomeadamente fazendo reverter a parceria público-privada que existe no HBA, salvaguardando a prestação de cuidados de saúde aos utentes, os postos de trabalho, todas as condições necessárias, para que aquele serviço público seja prestado", explicou João Oliveira..Esta proposta que tem como alvo a ESS, "não invalida que seja travada a alienação de outros ativos que integram o Grupo Espírito Santo (GES)", por estarem já comprometidos 4,9 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses..Para o deputado comunista, esta iniciativa tem "dois objetivos essenciais": "Garantir o interesse público, que não pode ser garantido se persistir a venda ao desbarato dos ativos que integram o grupo" do Espírito Santo". E "a necessidade de manter o serviço público, que em alguns casos está sujeito a uma lógica mercantil"..Admitindo que se vai bater pela aprovação da resolução em sede parlamentar, esta iniciativa significaria "criar condições para travar a OPA [oferta pública de aquisição] que está em curso" ao ESS. "Transferindo para a esfera pública os ativos, dificilmente a OPA terá condições de se fazer", disse João Oliveira.